Censos 2021: Todos os concelhos da Diocese da Guarda perderam habitantes

O bispo da Guarda disse à Agência ECCLESIA que os números do último censos “são preocupantes” e afirmou que o interior tem de ser valorizado porque “os grandes centros” precisam da sua “qualidade do ar e da envolvência da natureza”.

“Os grandes centros precisam mais de nós do que nós próprios. Os grandes centros têm qualidade do ar a partir dos nossos ambientes, se querem o contacto com a natureza é aqui, então quanto houver maior melhoramento e sustentabilidade, estamos a prestar melhor serviço aos grandes centros”, afirmou o bispo da Guarda em declarações à Agência ECCLESIA.

Os últimos censos apontam o concelho da Guarda a perder cerca de 10 mil pessoas e o responsável pela diocese aponta como uma “grande preocupação”.

“Os números deixam-nos preocupados, embora já o sentimos pelo pulsar das populações no dia-a-dia esvaziados de pessoas, mas os números são preocupantes, dos 14 concelhos todos diminuíram em população”, refere.

Para D. Manuel Felício a realidade “tem de fazer pensar os responsáveis” perante casos, como por exemplo, a Covilhã, onde tem a “universidade e também diminuiu a população”, ou a zona do Fundão, “com capacidade de investimento e também diminuiu”.

O entrevistado sublinha ainda que a pandemia trouxe pessoas para a zona da Guarda, onde o fator do “trabalho à distância se pode tornar uma ajuda”.

“Em tempo de pandemia houve ambientes que aumentaram a população porque faziam daqui o seu trabalho. Esperamos que seja uma oportunidade também para não ficarem abandonados”, precisa.

Olhando o novo ano pastoral, que a diocese da Guarda tinha pensado num plano para três anos e que a pandemia veio transformar, há duas linhas prioritárias: os jovens e as famílias.

“Voltar a atenção para a família é obrigatório, pelo que o Papa nos diz, pela exortação Amoris Laetitia e, como devemos aplicar no conjunto das nossas famílias, esta é uma das orientações; depois voltar aos jovens é óbvio, ter essa preocupação de perceber que jovens temos, com que características, como se apresentam e depois, tendo em conta as orientações da JMJ 2023, podermos centrar nestas duas linhas a preocupação pastoral”, revela.

D. Manuel Felício adiantou ainda que, perante o pedido do Papa Francisco da caminhada sinodal, já foi pedido à diocese que “entre nesta caminhada de preparar o sínodo de 2023”.

in Agência Ecclesia