2020: mais de 340 milhões de cristãos “fortemente perseguidos” no mundo

Todos os dias, 13 cristãos morrem por causa da sua fé, 12 são detidos injustamente e 5 são sequestrados. O número de cristãos perseguidos em todo o mundo aumentou de 260 milhões, em 2019, para mais de 340 milhões em 2020, confirmando a tendência de crescimento dos últimos anos, a qual foi acentuada pela pandemia de coronavírus, revela o relatório da ONG Open Doors (Portas Abertas), divulgado no dia 13 de janeiro.

De acordo com a “Lista Mundial da Perseguição 2021”, além do número de cristãos “fortemente perseguidos”, também o número de cristãos assassinados cresceu 60% em relação ao ano anterior, passando de 2.983 para 4.761. No total, “74 países (mais um do que em 2019) revelaram níveis extremos, muito altos ou altos de perseguição, a qual afeta um em cada oito cristãos em todo o mundo”, pode ler-se no relatório.

O estudo mostra que “a covid-19 foi um catalisador da repressão das minorias cristãs, às quais, em países como o Bangladesh, a Índia e o Paquistão, assim como o Iémen e o Sudão, foi muitas vezes negada ajuda”. Na Somália, um grupo islamista “culpou os cristãos pelo coronavírus”, e, no Sri Lanka, “o coronavírus foi um pretexto para a polícia entrar nas casas dos cristãos e investigar os membros e atividades da Igreja”, revela a organização internacional, que há mais de 60 anos presta auxílio aos cristãos perseguidos.

Com a Coreia do Norte a encabeçar a lista pelo vigésimo ano consecutivo, a principal novidade no “top 10” foi a entrada da Nigéria para o 9º0 lugar. Já o Iraque subiu do 15º para o 11º posto, devido à “permanente insegurança” dos cristãos que regressam aos seus lares. Quanto à China, está, pela primeira vez na última década, entre os 20 primeiros da lista de países com o nível de perseguição mais alto. O relatório destaca ainda a subida da Turquia da 36ª posição para a 25ª, devido principalmente a um aumento da violência. Devido à violência islamista em Cabo Delgado, também Moçambique figura este ano entre os 50 primeiros (na 45ª posição). Já a República Democrática do Congo, onde segundo a ONU foram assassinados mil civis desde 2019 pelo grupo islamista Forças Democráticas Aliadas (FDA), subiu de 57º para 40º.

in 7margens