Francisco convidou os católicos a imitar a vida de Santo António

Estamos a pouco mais de uma semana da data da festa de Santo António. Este ano, dadas as circunstâncias causadas pela pandemia, não haverá arraiais nem marchas populares nem outro tipo de manifestações culturais em todo o país. Também não será possível concretizar a habitual festa em honra de S. António em Pinhel. No entanto, a data está a aproximar-se e Santo António não deixará de ser um exemplo para cada um de nós, tal como refere o Papa Francisco segundo artigo da Agência Ecclesia.

O Papa convidou os católicos a imitar a vida de Santo António, numa mensagem enviada ao ministro-geral da Ordem dos Frades Menores Conventuais por ocasião dos 800 anos da vocação franciscana do santo português.

Francisco dirige-se em particular aos “religiosos e devotos franciscanos de Santo António espalhados pelo mundo”, para que possam “experimentar a mesma santa inquietação que o levou pelas estradas do mundo a testemunhar, com palavras e obras, o amor de Deus”.

A carta, divulgada pelo portal de notícias do Vaticano, destaca o exemplo do religioso português perante “as dificuldades das famílias, os pobres e desfavorecidos”, bem como a “paixão pela verdade e justiça”.

O Papa considera que a vida de António, “santo antigo, mas tão moderno”, ainda hoje pode “suscitar um generoso compromisso de doação, em sinal de fraternidade”.

“É necessário ver o Senhor no rosto de cada irmão e irmã, oferecendo a todos consolação, esperança e a possibilidade de encontrar a Palavra de Deus sobre a qual ancorar a própria vida”, escreve.

Francisco recorda que há 800 anos, em Coimbra, o jovem Fernando, natural de Lisboa, ao saber do martírio de cinco franciscanos, mortos por causa da fé cristã no Marrocos, decidiu “transformar a sua vida”.

O religioso deixou a sua terra e embarcou numa viagem, “símbolo do seu próprio caminho espiritual de conversão”, explica.

“Primeiro foi para Marrocos, determinado a viver corajosamente o Evangelho nos passos dos franciscanos ali martirizados; depois desembarcou na Sicília, após um naufrágio nas costas da Itália, como acontece hoje com tantos dos nossos irmãos e irmãs”, escreve o pontífice.

O Papa considera que foi um “desígnio providencial de Deus” que levou António ao encontro de Francisco de Assis.

Fernando Martins de Bulhões nasceu, em Lisboa, por volta de 1195; depois de ter recebido a primeira instrução junto à Sé, aos 15 anos, entra no Mosteiro de São Vicente de Fora, onde prossegue a sua formação; ingressaria depois no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, sendo ordenado sacerdote, aos 25 anos.

Em fevereiro de 1220, chegam ao Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, as relíquias dos cinco missionários franciscanos que tinham sido martirizados, em Marrocos; o religioso troca o mosteiro de Santa Cruz pelo pobre ermitério de Santo Antão dos Olivais, muda de nome e assume o de António.

Instituições religiosas e públicas nas cidades de Coimbra e Lisboa estão a celebrar Jubileu dos 800 anos de Santo António como franciscano.

in Ecclesia